FAMÍLIAS TIRAM SUSTENTO ATRAVÉS DA CRIAÇÃO DE PEIXE

APODI - Detentora de grande potencial hídrico, aos poucos a economia do município de Apodi vem sendo aquecida com os bons resultados da piscicultura.Na Barragem de Santa Cruz, cerca de 30 famílias que fazem parte de um organizado grupo de piscicultores se juntaram e estão criando tilápia e tucunaré em grandes tanques. O grupo, que começou com 20 tanques de rede (gaiolas), conta hoje com 28 unidades das quais colhem quinzenalmente 1.235 quilos de peixe, a quantidade garante anualmente 22 toneladas que são vendidas à Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e repassadas para creches e escolas das redes estadual e municipal de ensino.As 30 famílias participantes da criação do pescado chegam a faturar mensalmente pouco mais de R$ 300,00, valor responsável pelo sustento de praticamente todos que fazem parte do projeto, que conta com 28 gaiolas. Segundo os criadores, no início de 2009 a previsão é para que cheguem 30 novas gaiolas. "Nós vivemos do que ganhamos aqui, reconhecemos que ainda ganhamos pouco, mas assim que chegarem as novas gaiolas a renda também aumentará" comenta o pescador Anael Alves.O trabalho entre as famílias é em dias alternados, sendo que cada grupo composto por quatro pessoas trabalha 72h e folga 72h. O preço do quilo do pescado no local é R$ 5,00, os revendedores chegam a cobrar quase 60% acima do valor cobrado pelos criadores. Este ano o grupo de piscicultores de Apodi assinou contrato com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). O acordo, que celebra o valor de cada quilo ao preço de R$ 4,50, será responsável pela compra de 22 toneladas do pescado produzido na Barragem de Santa Cruz. Após o contrato ser firmado, os agricultores deixaram de vender o peixe na feira livre da cidade. "Vendíamos todo sábado cerca de 200kg, agora não produzimos tanto, o que criamos vendemos quase todo para a Conab", concluiu o líder sindical e pescador Anael.Para o criador Sebastião Pinto Freire, de 50 anos, o interesse do grupo é muito grande, o fato fez com que o grupo crescesse e hoje conseguisse a independência, ou seja, pudessem trabalhar sem a necessidade de ajuda do Governo Federal "Hoje caminhamos com nossas próprias pernas", disse. Cada uma das 20 gaiolas menores suporta 800 peixes, já as gaiolas maiores chegam a suportar 1.500 unidades do pescado.